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A cultura popular é rica em Borba.
Ao longo dos tempos, por cá se criaram e perpetuaram práticas e ritos ancestrais que hoje marcam a forma de ser das nossas gentes.
As tradições, os usos e costumes, as crenças e os hábitos, o folclore e o artesanato, a gastronomia e as artes, dizem muito de como foi o viver de outros tempos, da ligação à terra, às forças da natureza e à religiosidade que ainda hoje persistem.
São estas manifestações de ser e estar que nos diferenciam e caracterizam!
Manifestações da Cultura Popular e Imaterial:
TEATRO DE BONECOS DA ORADA
Esculpidos num pedaço de madeira, pintadas as caras e vestidos à época, faltava-lhes a vara de arame e as mágicas mãos do Mestre para que os “Bonecos da Orada” ganhassem vida e contassem histórias e “estórias”, no tempo em que escasseavam os divertimentos.
Cada boneco é único assim com as “estórias” que contam a o modo como interagiam com o público, representando, cantando e dançando.
Memórias especiais de outros tempos que no Pólo Museológico Azinhal Abelho (Orada) aguardam novas mãos que os trajam à vida e à cena!
Referência Histórica
Teatro de Bonecos na Orada – Entre os anos 30 e 60 do século vinte, na Orada – Alentejo, os Bonecos do Mestre Sandes contam histórias. Mestre Sandes (António Serafim dos Santos) terá os comprado a Inácio Farripa e outros foram mesmo feitos pelas suas mãos. Estes Bonecos foram depois comprados pelo escritor Azinhal Abelho (natural da Orada) que depois os doou à Junta de Freguesia onde hoje se encontram no Pólo Museológico Azinhal Abelho.
Michel Giacometti referia-se aos bonecos nos seguintes termos: “Os Bonecos (…) pertencem a um tipo que é antepassado de toda a espécie, se bem que as atuais figuras de pau não sejam senão a cópia, datando apenas de 1940, dos modelos originais de que se conservam os caracteres arcaicos até na movimentação executada quase exclusivamente por meio de um varão. Na verdade, nada se conhece comparável a este espetáculo, pelo menos na Europa Ocidental, onde as famosíssimas marionetas que sobrevivem na Bélgica e na Sicília não possuem a tal ponto estas qualidades de rigor e fantasia na expressão, nem tão pouco esta virtude rara de salutar agressividade.”
ARTEFACTOS – ARTE PASTORIL
Cortiça, madeira, corno são materiais abundantes no quotidiano dos pastores e do Alentejo. Destes mesmos materiais se faziam (e por cá ainda se fazem) importantes utensílios para o dia-a-dia das gentes da terra.
De cortiça fazem-se os tarros para levar as “sopas” para o campo e os cochos com que se sacia a sede nas fontes. Com um pedaço de madeira e uma navalha se talha um garfo ou uma colher para comer. De corno se faziam os recipientes para o azeite e vinagre e as azeitonas.
Da natureza, tudo se aproveita e a tudo se dava utilidade.
Referências:
O Pólo Museológico Azinhal Abelho, na Orada, dispõe de uma importante coleção de arte pastoril recolhida por Azinhal Abelho.
Ainda na Orada, o artesão João Catarino ainda faz tarros, cochos e outros utensílios que se podem visitar e apreciar no espaço museológico, junto à sua residência.
Em Rio de Moinhos, a outra freguesia rural do concelho de Borba, também ainda é possível encontrar exímios fazedores de arte pastoril, por exemplo o Ti Zé Miranda, que é também um grande poeta popular da nossa terra.
FAZER AS ONZE (Rituais e Tradições)
A descrição no relato de habituais participantes:
“Começamos às 11.00, juntamos uns companheiros, bebemos uns copinhos e tiramos um petisco”, mas, depois, “vamos almoçar à mesma”, porque o petisco “é só para tapar o vinho”, conta. Dali, seguem para o “Larga a Velha” (emblemática tasca de Borba), onde se bebe mais um “copinho” e se improvisam versos à desgarrada. “Vêm três ou quatro, bebem uns copos, depois comem um petisco, pagam e abalam. Vêm outros fazem a mesma coisa”, contam, frisando que o ritual “termina ao meio-dia ou 13.00 e só continua lá para as 16.00”. Uma vez por outra até se toca acordeão e os clientes cantam uns fados, mas “nem sempre acontece”, revela.”
Referência Histórica
Com base na tradição petisqueira de Borba e de “fazer as 11”, ritual em que amigos se juntam para “tirar” um petisco e beber um “copinho” antes do almoço nas tascas e cafés de Borba, no Alentejo, a autarquia local lançou um novo produto turístico para divulgar a gastronomia regional e os vinhos produzidos no concelho, incentivar a produção de vinho de talha e, assim, contribuir para a dinamização económica local.
FADINHO DO MESTRE SANDES (Músicas e Danças)
O “Fadinho do Mestre Sandes”, é cantado e dançado pelo Rancho Folclórico Cravos e Rosas do Alentejo (Casa da Cultura da Orada). A cantiga, em jeito de desgarrada, retrata um dos principais quadros do repertório do “Teatro de Bonecos”, do Mestre Sandes da Orada – os amores de “Paulo d’ Afonseca e Virgininha”, um velho endinheirado que pretende casar com uma moça linda e nova.
Referência Histórica
Mestre Sandes – António Serafim dos Santos, o criador dos Bonecos da Orada, nasceu em 1910 e cedo enveredou pelos trabalhos agrícolas. Foi na Herdade da Azenha Branca que o azar lhe bateu à porta e num acidente com uma debulhadora ficou sem uma perna. Impossibilitado de continuar no trabalho agrícola, aproveita as suas qualidades de improvisador, declamador de décimas e contador de histórias para criar e dinamizar a Companhia de Bonecos do Sandes.
Rancho Folclórico Cravos e Rosas do Alentejo (Orada – Borba) – Comemorou quarenta anos de existência em 2019. Ao longo destas quatro décadas de existência, o grupo procura revitalizar usos e costumes, tradições e artes que marcaram a história da freguesia e da região. Lembrar e homenagear o “Teatro de Bonecos” e o Mestre Sandes é pois um dos objetivos do grupo e da Associação que tem em projeto a dinamização de um grupo de Teatro de Marionetas.
PROCISSÕES DO SENHOR JESUS DOS AFLITOS (Procissões e Romarias)
São três as Procissões que integram as Festas em Honra do Senhor Jesus dos Aflitos.
Logo no sábado, as gentes de Borba acompanham, em Procissão, a pequena imagem do Senhor Jesus dos Aflitos da sua Igreja até à Igreja Matriz.
No domingo, dia grande das Festas Religiosas, saem em Procissão os andores do Senhor Jesus dos Aflitos, de Nossa Senhora das Neves e agora do Beato Domingos de Borba, acompanhados de enorme multidão, com duração de mais de duas horas. Procissão solene, com duas Bandas Filarmónicas que vão interpretando o hino do Senhor Jesus dos Aflitos, da autoria de Tomás del Negro. Cumprem-se promessas e quase todos os participantes têm graças a agradecer ao Padroeiro de Borba. Esta Procissão percorre grande parte das ruas de Borba, as casas ainda se engalanam para a passagem da Procissão.
Na segunda-feira, a imagem do Senhor Jesus dos Aflitos regressa à sua Igreja.
São muitas as casas de Borba que ostentam, nas fachadas, imagens, em azulejo, do Senhor Jesus dos Aflitos.
Referência Histórica
Borba e o culto do Senhor Jesus dos Aflitos – A religiosidade do povo de Borba manifesta-se na sua mais ampla plenitude no culto ao Senhor Jesus dos Aflitos.
Cabe à Venerável Ordem Terceira de Borba, fundada em 1670 a realização das festas religiosas. Esta Irmandade era uma congregação aberta a toda a comunidade, sempre com enorme aceitação dentro da população, canalizando grandes receitas para a instituição. (in Borba Património da Vila Branca, de João Simões). A sua Igreja iniciou-se em 1676 vindo a ser finalizada em 1685/86 (depois de vários contratempos com obras).
No início do século XIX, a igreja começou a ser frequentada pelo culto a uma pequena imagem que ainda hoje mantém grande afetividade dos Borbenses – O Senhor Jesus dos Aflitos. Data de 1818 a primeira referência ao culto quando a Irmandade gastou 14.400 reis em música para a Festa.
O hino do Senhor Jesus dos Aflitos foi composto, nos finais do século XIX, pelo grande compositor Português Tomás del Negro, guardando-se a pauta original no Palácio Alvarez.
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